Pedido de Solidariedade e Apoio por uma vida em liberdade

Pedido de Solidariedade e Apoio por uma vida em liberdade

CALL TO SUPPORT FREEDOM, ENGLISH BELOW]

queridas pessoas amigas solidárias,  dentro de uma semana outra das nossas companheiras sai em liberdade!
mais uma vez, apelamos à vossa solidariedade para apoiar mais uma mulher sobrevivente das torturas do estado e do sistema prisional a recomeçar a sua vida.

como sabem, as pessoas privadas de liberdade acabam frequentemente desamparadas à hora da saída, pelo que as redes de apoio direto, familiares, amigas e solidarias são, mais do que nunca, essenciais. e porque o capital tira-nos a liberdade dentro e fora de grades, recorremos às nossas redes para ultrapassar os primeiros meses fora dos muros da prisão.

na falta de uma LOBA que nos sirva de refúgio e proteção, procuramos um quarto em Setúbal e dinheiro para o pagar.
gostaríamos de arrecadar entre 300 a 600€ *até ao dia 7 de maio*
podem enviar a vossa contribuição para:

Nome Cliente: COICE MULA ASSOCIAÇAO
IBAN PT50.0036.0014.99100079517.82
BIC/SWIFT: MPIOPTPL

*é muito importante escrever “LOBA” na descrição da transferência para ser possível identificar as contribuições*

o projeto da LOBA está em movimento. com o apoio da Cooperativa Mula podemos começar a recolher donativos para este fim. esperam-nos longas conversas para pensarmos juntas como concretizar esta vontade, às quais estão, desde já, convidadas.
esperamos deste lado dos muros por outras companheiras que saiam em liberdade, e no futuro ter uma casa porto refúgio para as receber e construir juntas. a LOBA não é uma miragem, é um horizonte!

mais sobre a LOBA: https://cryptpad.fr/file/#/2/file/KZG2HmhGgvvY8kQwT+Bpu8F4/

enquanto não existir uma estrutura física para acolher as nossas companheiras, a LOBA somos todas nós!

juntas em solidariedade derrubaremos os muros de todas as prisões!

só seremos livres quando todas formos livres!
🖤
—–
dear friends in solidarity,  in one week, another of our comrades will be free!
once again, we appeal for your solidarity to support one more woman who survived the torture of the state and the prison system to restart her life.

people deprived of their liberty often end up helpless when they are released, so direct support networks, family, friends and solidarity are, more than ever, essential. and because capital takes away our freedom inside and outside bars, we resort to our networks to overcome the first months outside prison walls.

in the absence of a LOBA to serve as refuge and protection, we look for a room in Setúbal and money to pay for it.
we would like to raise between €300 and €600 *until May 7th*.
you can send your contribution to:

Client Name: COICE MULA ASSOCIAÇAO IBAN PT50.0036.0014.99100079517.82
BIC/SWIFT: MPIOPTPL
*it is very important to write “LOBA” in the transfer description to be able to identify the contributions*

the LOBA project is on the move. with the support of Cooperativa Mula we can start collecting donations for this purpose. long conversations await us to think together how to make it reality, to which you are invited and welcome.

we wait on this side of the walls for other comrades to be released, and in the future have a house of refuge to welcome them and build together. LOBA’s dream is not a mirage, it’s a horizon!

more about LOBA: https://cryptpad.fr/file/#/2/file/KZG2HmhGgvvY8kQwT+Bpu8F4/
before there is a physical structure to welcome our comrades, together we are LOBA!

together in solidarity we will tear down the walls of all prisons!

we will only be free when we are all free!
🖤

 

About Vozes de Dentro

Somos um grupo de pessoas presas, presos e pessoas que do outro lado dos muros acompanham e participam, de diferentes formas, nas lutas das pessoas reclusas e das suas famílias. As pessoas privadas de liberdade e especialmente as pobres, racializadas, mulheres, transgéneros e crianças enfrentam condições desumanas, violência física e psicológica nas prisões. As histórias destas pessoas são altamente invisibilizadas, e, por isso, expostas a constantes violações dos seus direitos fundamentais (1). Em particular, Portugal é dos países europeus onde mais morrem reclusa/os (2) e as prisões portuguesas têm sido por diversas vezes alvo de críticas do Conselho da Europa, nomeadamente do Comité Contra a Tortura. Conjuntamente, encontra-se entre os países da Europa onde se condena mais a penas de prisão, por períodos mais longos e onde a sobrelotação é uma realidade. Os índices de encarceramento são altos especialmente entre as mulheres, também condenadas a penas maiores, e não existem dados oficiais sobre o número de pessoas transgénero, bem como sobre a pertença étnico-racial (1, 3). Testemunhos de reclusas e reclusos e seus familiares indicam o frequente recurso a fármacos sedativos, anti psicóticos e anti convulsivos sem uma conexão clara com a necessidade clínica dos próprios fármacos, mas mais claramente em coerência com a atitude repressiva do sistema prisional (4). A maioria dos estabelecimentos prisionais caracterizam-se por graves problemas nas infraestruturas, péssima alimentação, falta de acesso a bens e produtos essenciais. Os cuidados de saúde são também precários e deficitários, com a maioria de profissionais de saúde subcontratada. A atividade laboral remunerada é parca e traduz-se, maioritariamente, na exploração e as ofertas formativas são poucas. Isto, aliado à baixa aplicação de medidas de flexibilização de penas, ao inexistente apoio para a reinserção social, ao isolamento social a que ficam sujeitas as pessoas presas com severas limitações de contato com as suas famílias e comunidades e os percursos prévios de institucionalização que muitas viveram previamente à prisão, configura os ciclos de pobreza-exclusão-institucionalização-violência (5). Na prisão as discriminações, violências e a exploração persistem e são exacerbadas remetendo-as para invisibilidade, abandono social e marginalização. O objetivo deste grupo é de visibilizar a realidade obscurecida das prisões e pensar coletivamente possíveis ações de apoio para quem está dentro. View all posts by Vozes de Dentro

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